La Mèrica é hino oficial da Imigração Italiana no Rio Grande do Sul

A Lei Estadual número 12.411 foi sancionada dia 22 e publicada no Diário Oficial do Estado dia 23/12/2005. 
A música La Mèrica, de Ângelo Giusti (a bem da verdade só a letra é dele) foi declarada hino oficial da colonização italiana no Rio Grande do Sul. O projeto de lei foi idéia do deputado José Sperotto.


 
Santa Catarina oficializa La Merica como tema dos 130 anos da imigração italiana Sexta-Feira - 08/06/2007

Deputado Clésio Salvaro, autor do projeto que oficializa o tema das festividades da imigração italiana em Santa Catarina. 


La Merica

Com o título La Merica, este poema com estribilho e três estrofes se encontram na obra de Ângelo Giusti, a quem a tradição oral atribui a autoria. As demais estrofes são aditamentos e bem se vê a dissonância nas idéias. A probabilidade de Ângelo Giusti ser o autor é muito grande, porque sua obra Poemas de um imigrante italiano só traz textos de sua autoria, nenhum poema copiado, e a canção La Merica está na página 65 de uma obra de 70 páginas com observação do Prof. Luis Alberto De Boni de que o poema é por tradição oral local de autoria de Angelo Giusti. Giusti fazia os poemas e nos fins de semana, nos encontros de Igreja, ele os cantava com os amigos. Freqüentemente ia a Flores da Cunha para pedir ao conhecido músico sacro francês, Frei Exupério de la Compôte, de compor as músicas para seus poemas e as aprendia de cabeça. E o La Merica de Giusti bem se aproxima do estilo musical do frade. Portanto, a letra é certamente de Giusti, e a música foi composta por Exupério de La Compôte, em estilo fácil para facilmente ser aprendida e cantada, como aliás são todas as suas canções.

Angelo Giusti faz parte da primeira geração de imigrantes da então Colônia Caxias, morando no atual território de Flores da Cunha, no travessão Rondelli, à beira da Estrada que vai de Flores da Cunha a Antônio Prado, onde faleceu com 81 anos, a 23 de fevereiro de 1929. Antes de sua morte, depositou um conto de réis no Banco Pelotense para serem rezadas missas em seu sufrágio, depois da morte, e elaborou também o epitáfio para seu túmulo, assim redigido:

Qui giace Angelo Giusti,
Fu poeta di poco valore.
La sua anima è partita
A render conto a Nostro Signore.


Se observarmos os títulos de seus poemas, todos referente a histórias italianas, todos de sua autoria, não resta dúvida de que este poema com três estrofes e estribilho é de sua autoria. Entre outros poemas tem: Le campane di Nuova Trento; Benedizione delle Campane; Per la chiesa nuova di Nova Trento; Festa di San Pietro; Pio Décimo; Bandiera Cattolica; Le streghe; Inno in onore alla Madonna di Maggio; Le cavalete; Le donne si fanno tosar; Padre Raimondo; Archivescovo Giovanni Becker.

Da l’Italia noi siamo partiti
Siam partiti col nostro onore.
Trenta sei giorni di macchina e vapore
E in America siamo arrivà.

Merica, Merica, Merica,
Cossa sarala sta Merica?
Merica, Merica, Merica,
un bel mazzolino di fior.

A l’America noi siamo arrivati
Non abbiam trovato nè paglia e nè fieno
Abbiam dormito sul nudo terreno
Come le bestie abbiam riposà.

Ma l’America l’è lunga e l’è larga
È circondata da monti e da piani
E con l’industria dei nostri italiani
Abbiam formato paesi e città.


As duas estrofes seguintes são aditamentos, foram publicadas em vários livros, inclusive em Canti Taliani, de Ivo Adamatti e TheodoroWebber, UCS/EST, 1980 e em Ricordi d’Italia, de Carino Corso, Passo Fundo, 1993.

Nela Merica noi siamo arrivati,
Abbiam trovato una rica signora,
Abbiam messo il cortelo a la gola
E l’argento abbiamo trovà.

E nela America abbiamo piantato
Formento, miglio, ingurie e meloni,
Abbian mangiato dei grossi boconi
Abbian goduto la libertá.

Porto Alegre, 5 de maio de 2005
Frei rovílio Costa