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PEQUENO ROTEIRO
PARA PESQUISA DE ANCESTRAIS
IMIGRANTES ITALIANOS

"Veneziani gran signori,
"Padovani gran dottori,
"Vicentini mangia gatti,
"Veronesi ... tutti matti,
Udinesi castellani,
col cognome di Friulani,
Trevigiani pan e trippe,
Rovigotti baco e pipe,
i Cremaschi sciocchi,
i Bresciani infidi:
e ce ne sono di peggio...
i Bergamaschi brusacristi!
E Belluno? Povero Belluno,
sei proprio di nessuno!"
(quadrinha gentilmente enviada pela prima Neuza Archetti Conrado, de Franca)

"«Partire è un po’ morire», dice l’adagio, ma è meglio partire che morire, aggiunge Carrara.
Appena fatta l’Italia, gli italiani erano troppi, troppo poveri e ancor più malcontenti.
Anche per questo i governi europei spinsero su quello brasiliano per ottenere, nel 1888,
l’abolizione della schiavitù. La conseguente domanda di mano d’opera venne soddisfatta
dai Paesi del vecchio continente, ben felici di liberarsi di una massa di miserabili
che rischiava di diventare troppo turbolenta."
(Lino Zonin, sobre a peça Merica, Merica, Merica, de Armando Carrara, em Il Giornale Di Vicenza, 14 agosto 2001).
("Partir é morrer um pouco", diz o adágio, mas é melhor partir do que morrer, retruca Carrara.
Tão logo unificada a Itália, os italianos eram muitos, muito pobres, e estavam extremamente descontentes.
Talvez  por essa razão os governos europeus fizeram pressão sobre o governo brasileiro para que em 1888
fosse abolida a escravidão. A demanda de mão de obra criada com a libertação dos escravos pôde ser satisfeita
com a emigração de trabalhadores de paises do velho continente, que certamente ficaram muito felizes por
livrarem-se de uma massa de miseráveis que poderia provocar sérios tumultos.")
Pesquisar as origens italianas, vale dizer, descobrir de que Região, Província e cidade vieram os ancestrais imigrantes não é tarefa fácil; exige, no mais das vezes, paciência e perseverança (virtudes das quais já quase não se tem notícia neste século XXI ), além de muito trabalho e uma boa dose de sorte.
Toda essa dificuldade deve-se à pobreza de documentação brasileira acerca do desembarque dessa humilde gente, e à precariedade com que lavrados os primeiros assentos de casamento e óbito dos aqui chegados jovens ou adultos, bem assim de nascimento e batismo de seus primeiros filhos aqui nascidos, nesta "Mérica" ainda selvagem e maleitosa, que imaginavam povoada de índios ditos canibais e onças jaguatiricas, que chegavam a matar só de susto, como diz uma das lendas que sobreviveu a meus bisavós. Junte-se a essas desgraças a falta de memória familiar sobre a própria cidade de origem. Tamanhas devem ter sido as aflições desse povo que pouco tempo sobrou para relembrar a Pátria, cuja evocação era por certo evitada também para não aumentar a tristeza pelo impossível retorno. O resultado inexorável foi o lento enterro do passado junto aos despojos dos mais velhos à medida em que estes foram morrendo.
Nossa família Gaiardoni parece ter começado a sepultar as já escassas memórias em dezembro de 1936, quando o bisa Vittorio morreu, bem na semana do casamento de sua neta Zulmira, filha de seu primogênito Luigi.
Estas minhas considerações não têm a pretensão de apontar  todos os fatores que determinaram esse distanciamento das raízes. O fato é que um ou mais elos da corrente em que se prende a história de cada família de imigrantes parece que foram encobertos por uma espécie de névoa, o que torna já quase impossível sejam reconstituídos em sua inteireza. Desses elos  teremos, quando muito, uma pequena idéia.
Portanto, prezado/a visitante, se você está iniciando suas pesquisas agora, muna-se de determinação, mas não se esqueça de fazer algumas preces, porque elas sempre ajudam, principalmente se você se comprometer a pagar uma promessa, digamos, lá na Basílica de São Pedro, em Roma, ou lá no Duomo de Milão.
Brincadeirinhas à parte, tenha em conta que o ponto de partida das pesquisas deve estar centrado, concomitantemente, (1) EM VOCÊ, (2) EM SUA PRÓPRIA FAMÍLIA e (3) NA CIDADE ONDE O ANCESTRAL IMIGRANTE PRIMEIRO RESIDIU.
COMEÇANDO POR VOCÊ - Lembre-se de que em sua certidão de nascimento estão mencionados os nomes de seus quatro avós. Na de seus pais, também vêm indicados os avós deles. Por óbvio, tendo à mão a certidão de nascimento de seu pai, por exemplo, saberá de imediato o nome de seus bisavós. E se conseguir a certidão de nascimento de seu avô paterno, nascido no Brasil, terá o nome dos avós dele, seus trisavós. Somente com esses documentos você já terá uma árvore genealógica considerável (cinco gerações contando você).
 
SUA FAMÍLIA - Procure conversar com os parentes mais idosos e anote tudo quanto puderem contar sobre a história da família. Não menospreze nenhuma informação ou reminiscência; tome todo e qualquer dado como provável indício, que somado a outros poderá montar o quebra-cabeça da origem.
 
CIDADE ONDE PRIMEIRO RESIDIRAM SEUS ANCESTRAIS IMIGRANTES- Minha experiência pessoal diz que esta é a melhor fonte de pesquisa, principalmente nos livros de assentos de casamentos religiosos e batismos. A explicação lógica vem dos seguintes fatos:
Grande parcela dos imigrantes era composta por casais jovens, com filhos pequenos e disposição  para o aumento da prole, sobretudo porque, além da tendência natural à procriação em situações de isolamento, partiam do pressuposto de que quanto mais braços houvesse para o trabalho, mais fácil seria a sobrevivência da família. Guardavam, de outra sorte, uma forte religiosidade e bem por isso eram incapazes de mentir ao padre sobre a localidade em que batizados, no caso de declarações para o casamento dos jovens, ou mesmo para o batizado dos muitos filhos aqui nascidos. Lembre-se de que a Igreja Católica Apostólica Romana sempre impôs, como condição para a realização do casamento, o batismo prévio dos noivos, condição que se estende também para o batismo de seus filhos (só poderiam levar os filhos à pia batismal aqueles que tivessem sido batizados).
Assim, os livros das Igrejas são, com certeza, uma excelente fonte de informação, ainda que os assentos venham a indicar apenas, por exemplo, que o noivo imigrante foi batizado no "Bispado de Verona". Tal informação já delimitaria a busca às noventa e seis cidades que compõem a Província de Verona, sem contar que - com alguma sorte - se poderá, escrevendo ao respectivo "Archivio di Stato", obter uma pesquisa nas " Liste di Leva", conforme abaixo será melhor abordado.
Não se contente em obter uma certidão de casamento ou batizado. Peça uma cópia da folha do livro em que lançado o assento. Se impossível, peça para ver o livro e, no caso de casamento, peça cópia do processo de habilitação, de extrema utilidade porque nele ficavam arquivadas cópias de documentos apresentados pelos noivos, até mesmo justificações testemunhais.
Graças à essa teimosia na obtenção de cópia da folha em que transcrito o batismo de uma tia avó, a primeira nascida no Brasil (em Rio Novo, MG), descobri que o verdadeiro sobrenome da família era Gaiardoni, e não Gagliardoni, como eu imaginava correto, muito menos Galhardoni, como ficou depois de lamentavelmente aportuguesado. Na cópia do assento vi, com meus próprios olhos, a assinaturinha trêmula de meu bisavô Vittorio, desenhada por mãos mais afeitas ao cabo de uma enxada do que a uma pena. Mas valeu muito a descoberta.
 
RECADASTRAMENTO DURANTE A 2ª GUERRA MUNDIAL - Caso o primeiro ancestral imigrante tenha falecido depois de 1942, também será possível obter, seja na Delegacia de Polícia da cidade onde estava residindo por essa época, seja no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, seja enfim Memorial do Imigrante de São Paulo, uma cópia do termo de cadastramento que todos os estrangeiros foram chamados a fazer, e onde responderam a perguntas acerca da procedência, data de chegada ao Brasil, e nome do navio em que viajaram. Em um desses documentos, preenchido por minha bisavó Albina Baccagini em Mogi Guaçu (SP), consegui descobrir que ela e meu bisavô Vittorio Gaiardoni haviam chegado no Navio Colombo em outubro/novembro de 1894.
 
BANCO DE DADOS DAS HOSPEDARIAS DE IMIGRANTES E DOS ARQUIVOS PÚBLICOS- Outra boa fonte de informações são as velhas Hospedarias de São Paulo e de Juiz de Fora (as de que tenho notícia), e os Arquivos Públicos (Nacional, Mineiro, do Espírito Santo, do Paraná, etc.).
A Hospedaria de São Paulo transformou-se no MEMORIAL DO IMIGRANTE e guarda todos os livros de registro dos imigrantes que por lá passaram. Há casos em que à margem do registro de entrada da família anotaram-se a cidade italiana de origem e o destino da família aqui, com o nome do fazendeiro contratante. Faça a pesquisa "on line" colocando apenas o sobrenome pesquisado no respectivo campo. Depois, caso a pesquisa indique várias pessoas com o sobrenome buscado, vá clicando sobre cada nome para obter mais detalhes. Encontrando seu ancestral, faça o pedido da respectiva ceridão.
A Hospedaria de Juiz de Fora (Horta Barbosa) não mais existe. Todos os livros de registro, no entanto, foram remetidos ao ARQUIVO PÚBLICO MINEIRO (Belo Horizonte), que os microfilmou, e neles é possível encontrar informações sobre o destino da família em território mineiro. A pesquisa deverá ser feita por carta, por telefone, ou mesmo pessoalmente.
Já o ARQUIVO NACIONAL (Rio de Janeiro) guarda as listagens de passageiros imigrantes desembarcados naquele porto, sem muitos detalhes mais elucidativos, pelo menos no que diz respeito à procedência. De todo modo, sabendo a data de chegada do navio poder-se-á obter a listagem através de pedido feito por e-mail, carta ou telefone. É sempre bom saber quem viajou com a família pesquisada. Para saber quais navios chegaram em um determinado ano, clique aqui.

VITÓRIA - ESPÍRITO SANTO - Não se pode deixar de mencionar que uma grande leva de imigrantes desembarcou no porto de Vitória, Espírito Santo, principalmente os que se engajaram na pioneira expedição Tabacchi. O ARQUIVO PÚBLICO daquele Estado, em trabalho magnífico, está resgatando os dados disponíveis e colocando "on line " para a consulta.

A FUNDAÇÃO GIOVANNI AGNELLI também desenvolve um projeto antigo e ambicioso de catalogar a entrada de todos os imigrantes italianos nos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Por conta do trabalho desenvolvido, o banco de dados já é razoável e permite a consulta "on line". Para iniciar a pesquisa, entre nesta página e clique em "dati personale" para se registrar. Preencha o cadastro e escolha um nome ('user') e uma senha, que será usado depois sempre que desejar fazer outra pesquisa. Uma vez colocados os dados pedidos, clique em OK e será enviado para outra página, onde se pode optar pelo país (Estados Unidos, Argentina e Brasil). Se optar pelo Brasil, bastará preencher o espaço reservado ao "cognome" (sobrenome) desejado e clicar o "Cerca". Trata-se de instrumento valiosíssimo de pesquisa dos imigrantes que vieram para o Espírito Santo.
 
MICROFILMES DA IGREJA MÓRMON - Tanto os livros de registro de chegada dos imigrantes conservados no Arquivo Nacional quanto aqueles do Memorial do Imigrante de São Paulo estão microfilmados pelos Mórmons. Basta ir a um Centro de História da Família (CHF) que funciona nessas igrejas e solicitar o microfilme do provável ano de desembarque. Com paciência, bastante tempo e vista boa será possível encontrar no microfilme a chegada da família, com os dados disponíveis, inclusive os nomes do navio e dos demais passageiros daquela viagem.
Para se inteirar do que mais encontrar microfilmado pelos Mórmons, clique aqui. Importante  lembrar que há mais documentos microfilmados do que se imagina, inclusive todos os livros dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, e os arquivos de nascimento, casamento e morte do período napoleônico na Itália (1806 a 1815), o que permite, por exemplo, vasculhar os nascimentos e casamentos da cidade (e no período) em que nossos ancestrais residiram.
 
ESTADOS DO SUL DO BRASIL - Pouco sei sobre os imigrantes que se destinavam ao sul do Brasil, senão  que via de regra desembarcavam no Rio de Janeiro e de lá seguiam para seus destinos em embarcações de cabotagem (que percorriam apenas a costa brasileira). Os Institutos Históricos doParaná (IGEPAR) e do Rio Grande do Sul (INGERS) estão desenvolvendo trabalhos voltados para o resgate desses dados. Em minha página principal há vários endereços de outras páginas que tratam do tema.
 
LEMBRETES PARA A PESQUISA NA ITÁLIA:
Não se pode perder de vista ainda que a grande maioria de nossos ancestrais imigrantes, quer procedente da região do Vêneto, quer da Lombardia, ou ainda da Calábria, saiu de pequenas cidades, e não das Capitais. Com o passaporte expedido pelo serviço de Anagrafe do Município, o imigrante rumava de trem para Gênova (se originário do norte da Itália), ou para Nápoles (se originário do sul). Somente de um desses dois portos partia-se da Itália para o Brasil, em viagem que dificilmente durava menos do que vinte e cinco dias. Um mesmo navio, portanto, chegava a fazer seis viagens por ano. Não é raro, no entanto, encontrar a chegada de navios com imigrantes provenientes de outros portos da Europa, principalmente da França e Espanha. Uma das explicações para tal fato é que os italianos de há muito partiam para outros países em busca de trabalho, de sorte que já estariam em cidades da França e Espanha quando imaginaram a possibilidade de "fare la Merica"; outra explicação seria a ânsia de emigrar e a falta de lugar nos navios que partiam da Itália, o que forçaria o embarque para a "grande travessia" de outros portos.
 
CARTAS AOS ARQUIVOS DE ESTADO ITALIANOS - Sabendo-se, pelo menos, a Região da Itália de onde veio o ancestral imigrante, é possível remeter cartas para os respectivos Arquivos de Estado daquela Região solicitando pesquisa nas "LISTE DI LEVA", que são as listas relativas ao serviço militar. Tais listas eram feitas ano a ano, e continham o nome de todos os meninos nascidos em determinado "Comune" (cidade). Por óbvio, essa pesquisa é específica para descobrir a origem do ancestral, e não da ancestral (avó, bisavó, trisavó).
Mesmo que o ancestral tenha vindo para o Brasil com meses de idade, por exemplo, seu nome ficou gravado na "lista di leva" referente ao ano de seu nascimento. Basta, assim, que se solicite essa pesquisa ao Arquivo de Estado da Província onde supomos tenha nascido, mencionando, insista-se, seu ano de nascimento (classe), ainda que aproximado.
 
DIVISÃO POLÍTICA DA ITÁLIA - Aqui é importante abrir parênteses para lembrar que a Itália está dividida, politicamente, em 20 REGIÕES, que por sua vez se dividem em 108 PROVÍNCIAS, divididas estas em cidades, com estrutura parecida à de nossos Municípios, e que são denominadas "COMUNE" (singular) e "COMUNI" (plural); estas (em italiano "Comune" é masculino), em alguns casos, dividem-se ainda em "frazioni", quese como os distritos existentes em nossas cidades.
As capitais das Províncias têm os mesmos nomes das Províncias, como São Paulo, que é a denominação do Estado, e também da cidade em que está sediada sua Capital.
Assim, a Região do Vêneto é composta por sete Províncias (Veneza, Verona, Padova, Vicenza, Belluno, Rovigo e Treviso), sendo que a (Província) de Verona abrange 98 cidades, entre as quais a de Verona, que é sua capital. A Província de Rovigo também está subdividida em 50 cidades, entre as quais a própria cidade de Rovigo, e assim por diante.
Sabendo-se, então, a Província de origem do imigrante, além da carta ao Arquivo de Estado para a pesquisa nas "Liste di Leva", é recomendável remeterem-se outras para os serviços de Anágrafe das cidades que compõem aquela Província (pelo menos para aquelas mais prováveis), e também para as suas principais Paróquias, que via de regra guardam assentos de casamentos e batismos desde o século XVI, como é o caso da cidadezinha de Trecenta, em Rovigo, de onde vieram meus bisas Tamassia/Panciera, cuja Igreja matriz conserva os livros desde quando o Concílio de Trento (1545 - 1563) determinou que os padres assim fizessem.
Outro fato importante a ser lembrado é que os registros civis italianos são lavrados em repartições da Prefeitura de cada cidade ("Ufficio di Stato Civile" e "Ufficio Anagrafe"). A obrigatoriedade desses registros data de 1866 e foi instituída pelo "Regio Decreto" nº 2.062, de 15 de novembro de 1865.  Em muitos "Comuni", no entanto, os registros só foram implantados depois de 1870.
Mesmo que o ancestral imigrante tenha nascido anteriormente a esse ano (o que é muito provável), além da certidão de batismo que poderá ser pedida por carta à respectiva Paróquia, sempre se poderá solicitar ao "Ufficio Anagrafe" do "Comuni" uma certidão chamada "Stato di Famiglia Storico",  expedida com base nas fichas ("cartellini") que conservam os dados de todos os componentes do núcleo familiar. É conveniente que se peça também uma pesquisa nos livros de recenseamentos ("Ruolo della Popolazione").
No "Comune" de Casaleone, por exemplo, obtivemos essa certidão relativa à família do avô de meu marido (Francesco Berardo). Nela constam os nomes de seus pais, com as respectivas datas de nascimento e morte, os nomes de suas irmãs, com as datas de nascimento, transferência para outras cidades e mortes, e curiosamente menciona o nome de Francesco com a data de seu nascimento (07/08/1870) no "Comune" de Angiari. O "Stato di Famiglia Storico", como se vê,  é uma espécie de matrícula da família, onde são lançadas todas as intercorrências havidas com seus membros.
No "Comune" de Angiari em 1870 ainda não havia o registro civil. No livro referente ao "Ruolo Della Popolazione", no entanto, encontramos a página 174 relativa à família de "Berardo Luigi", com todos os dados sobre seus componentes, mais ou menos como seguem:

 
COGNOME
NOME
NOME DEL PADRE
CONDIZIONE
EPOCA DELLA NASCITA
PEI NATI IN ALTRE COMUNE
MOVIMENTI
OSSERVAZIONI
Berardo Luigi fu Domenico e
fu Pasetti Regina
Carretière 28 Ottobre 1840
LUOGO DI NASCITA LUOGO DA CUI PROCEDONO EPOCA DELL'ARRIVO IN COMUNE
Sustinenza Cerea 11 Novembre 1866
Partiti il 11 Novembre 1872 per Casaleone -
Berardo Ermenegilda idem
(sorella)
- 12 Settembre 1843
idem idem -
- Morta
Campolongo Elisabetta di Giuseppe e di Rosina Specchio
(Pecchio)
- 1843
(1844?)
Casaleone - 10 Novembre 1868
- -
Berardo Francesco di Luigi e di Campolongo Elisabetta - 7 Agosto 1870
Angiari - -
- -
Berardo Libera idem - 1869
- - -
Morta in Angiari -

Em muitos dos serviços de Anagrafe também é possível localizar a cópia do passaporte expedido por ocasião da saída do imigrante da Itália (emigração). Nesse documento constam a data de embarque para o Brasil e a cidade de destino. Na pequenina cidade de Vigasio, Província de Verona, de onde vieram meus bisavós Gaiardoni/Baccagini, pude saber, através de cópias dos passaportes lá arquivadas, que uma irmã de meu bisavô (Angela Gaiardoni) havia emigrado para o Brasil em 1892 (dois anos antes do irmão) com o marido Paolo Caprara e cinco filhos.

Com essa informação, coloquei uma página na Internet buscando eventuais descendentes desse casal, e algum tempo depois recebi mensagem de três deles, novos parentes, que me fizeram conhecer uma enorme família, com ramificações em Espírito Santo do Pinhal, Franca, Ribeirão Preto, Casa Branca, Andradas, São Paulo e até em Ponta Grossa, Paraná, sem contar os residentes fora do Brasil. Os descendentes de Maria, filha de Angela Gaiardoni e Paolo Caprara (casada com Cristoforo Igino Archetti), entroncaram-se com dezenas de famílias e deram aos habitantes de Franca, de presente, a belíssima Igreja de Nossa Senhora das Graças.

Consegui encontrar, também, descendentes de Ettore Tamassia, irmão de minha avó Stella nascido em Trecenta quando a família, desesperada com a situação de escravidão a que fora submetida aqui, havia voltado para lá. Essa tentativa se mostrou inviável porque também lá a situação era desesperadora, agravada pelo frio inclemente, o que fez a família voltar ao Brasil em 1901, agora em definitivo. Após a morte dos pais em 1935, Ettore, já casado e com filhos,  havia decidido tentar a vida no Paraná.

Graças à página, um bisneto seu, também chamado Étore, fez contato e trouxe notícia de todos os descendentes de seu bisavô.
No ano de 2004, graças às pesquisas que um amigo italiano (Elio Bernini) fez no Comune di Trecenta, Rovigo, consegui descobrir que a família de minha avó Stella Tamassia havia passado também pela cidade de São José do Rio Pardo, Estado de São Paulo, onde, no dia 08 de maio de 1907, faleceu MARIA BORTOLINI, casada com PAOLO PANZIERA. Eram os avós de minha avó, e para minha surpresa esse trisavô PAOLO voltou em definitivo para a Itália em 1910 e lá se casou novamente, vindo a falecer somente em 1930. A certidão de óbito de minha trisavó, lavrada em São José do Rio Pardo, está arquivada no Cartório de Trecenta, RO, a fim de que Paolo pudesse se casar novamente.
Obter informações preciosas assim exigiu, repito, muito trabalho, muita perseverança, muitas madrugadas aqui na Net, além do inestimável concurso de bons e verdadeiros amigos.
Espero que este pequeno roteiro sirva de orientação aos iniciantes, principalmente aqueles que me dirigem mensagens solicitando (verbis ): "o envio da história de minha família e a certidão de nascimento de meu trisavô fulano de tal ". Ninguém além de você ou de algum parente seu conseguirá reescrever a história de sua família.
Boa sorte a todos!
Lea Beraldo
São Paulo - Capital
dezembro/2003
última atualização: outubro/2006
 

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