DUAS VEZES
REJEITADOS
E ESQUECIDOS
PELOS POLÍTICOS
DA MÃE ITÁLIA...
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Prezado visitante ítalo-brasileiro,
Peço-lhe a grande gentileza
de ler atentamente todos os textos aqui colocados,
sobretudo porque, para a defesa
de seu direito ao reconhecimento da cidadania italiana,
você precisa urgentemente
saber dos seguintes fatos:
A imensa maioria dos imigrantes
italianos foi praticamente obrigada a abandonar a pátria para sobreviver
à fome, à extrema pobreza e a doenças endêmicas
como a pelagra, que antes de levar à morte provocava a demência
precoce em suas tristes vítimas.
Enganados quanto às condições de vida aqui nesta Mérica, não poucos sucumbiram já na própria travessia, feita em viagem de quase um mês enfiados em porões apertados e imundos de navios cargueiros, como verdadeira "carga humana" destinada a substituir na lavoura os escravos negros recém libertados. Essa massa de infelizes foi, assim, rejeitada pelos políticos que conduziam os destinos da Itália unificada; lançada ao esquecimento, foi abandonada à própria sorte. O tempo passou, os sobreviventes aqui se multiplicaram e a grande maioria conseguiu enfrentar as dificuldades e o preconceito e, mantendo-se fiel às origens, transmitir aos descendentes, pelo critério do sangue ("ius sanguinis"), o direito à cidadania italiana. Hoje, no entanto, mais uma vez pela via transversa da proposital burocracia, a Pátria Itália sonega a todos nós, ítalo-brasileiros, o orgulho de exercer esse legítimo direito. Mais uma vez os políticos responsáveis pelos destinos da "Bota", agora uma estrela de importante grandeza na Comunidade Européia, fazem-na rejeitar seus filhos, dando continuidade à interminável saga dos imigrantes excluídos do exercício do direito à cidadania. Isto porque, conforme matéria copiada abaixo, pouquíssima gente que está na lista de espera dos Consulados da Itália no Brasil conseguirá ver reconhecido seu direito: a previsão de prazo para atendimento em São Paulo, por exemplo, é de 55 anos, o que na prática, tendo em conta a brevidade da vida humana, importa em negar o próprio direito retirando-lhe a efetividade. Não obstante um tal absurdo, não obstante uma tal enormidade em termos de descaso especificamente endereçado a nós, ítalo-brasileiros, em 26 de março próximo passado o Sr. Romano Prodi, Primeiro Ministro do governo italiano, aterrisou em São Paulo, e no dia 27 foi a Brasília encontrar-se com o presidente Lula, tudo com pompa e circunstância. Não podemos receber bem,
muito menos presentear, um político que veio ao Brasil apenas
para tratar de interesses de grandes grupos italianos na exploração
do "mercado Brasil".
Por favor, prezado visitante, veja as matérias abaixo e saiba que o Senador Edoardo Pollastri, candidato a representar nossos interesses porque era radicado em São Paulo, assim que eleito passou a cortejar apenas os demais países da América Latina, especialmente a Argentina, para o qual se mostra sensível aos mínimos reclamos. Esqueceu-se de nós, voltou-nos as costas porque a ele também só interessa "quanto" os grandes investidores italianos poderão lucrar nesta "Pindorama", infelizmente por ora subjugada ao inescrupuloso projeto petista de "três décadas no poder". Saiba também, caro visitante, que os Conselheiros do CGIE e todos os demais eleitos para nos representar, com honrosas exceções, pouco fazem para mostrar ao Governo a real situação dos Consulados italianos aqui no Brasil, e menos ainda para exigir - pelo menos - tratamento igualitário a outros países, como a Argentina, que conseguiu há quase uma década uma força tarefa para agilizar o processo de reconhecimento da cidadania dos ítalo-argentinos Somos, aos olhos da Itália,
cidadãos de segunda categoria, exatamente como nossos pobres, maltratados
e esquecidos avós, bisavós e trisavós que a Itália
para cá tangeu em situação de extrema penúria.
ou remetido a meu endereço
de e-mail
Lembre-se de que se não protestarmos com a necessária veemência que a situação impõe não poderemos exercer nosso direito ao reconhecimento da cidadania italiana, que nos está sendo vergonhosamente suprimido.
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INICIATIVA
DO GRUPO VIRTUAL "SOBRENOMESITALIANOS" PARA SENSIBILIZAR
O VICE-MINISTRO
FRANCO DANIELI
ACERCA
DA INCONSTITUCIONAL VIOLAÇÃO DE DIREITO DOS ÍTALO
BRASILEIROS AO
RECONHECIMENTO
DA CIDADANIA ITALIANA
(VEJA
VERSÃO DA CARTA EM POTUGUÊS ABAIXO)
Senatore FRANCO DANIELI, Egregio Vice Ministro degli Affari Esteri d'Italia (in occasione di sua visita a San Paolo oggi - 18 maggio 2007)
San Paolo (SP)/Brasile, 18 maggio 2007 Anche
noi siamo italiani
Egregio Vice Ministro, Siamo discendenti di italiani emigrati in Brasile tra la fine del 1800 e gli inizi del 1900 - periodo conosciuto come “La grande emigrazione”, un episodio della storia purtroppo poco conosciuto dai nostri connazionali in Italia. Importante sottolineare che noi discendenti di quelli emigranti italiani ancora ci sentiamo orgogliosi dei nostri avi perché hanno avuto la forza ed il coraggio, propri del popolo italiano, per attraversare l’Oceano alla ricerca di una esistenza più dignitosa per se stessi e la loro famiglia, ai quali la Patria Italia non aveva allora condizioni da offrire. Per noi, questo fu un gesto eroico. Quelli italiani non abbandonarono la loro Patria, invece la portarono con sè, nelle loro vene, nelle loro braccia, nelle loro mani abituate al lavoro pesante, ma principalmente nel loro cuore. Questo sentimento di italianità che non hanno mai perduto, ci è stato trasmesso per ereditarietà genetica ma anche per la convivenza con i nostri padri, nonni e bisnonni fino alla seconda, terza oppure quarta generazione. Questo è il nostro stretto legame con l’Italia. A causa di questo sentimento di italianità possiamo dire con orgoglio che anche noi siamo italiani! Siamo italiani anche perché questo ci assicura la legge n.91, 5 febbraio 1992, per diritto di sangue. Quando i nostri nonni e bisnonni arrivarono in terra straniera non avevano paura del lavoro, sempre affrontato com audacia, forza di volontà e speranza, con il desiderio di ritornare un giorno al proprio paese. Nonostante l’immensa nostalgia che sentivano per il ricordo dalla Patria, quegli uomini e donne si integrarono a questo Paese in cui noi siamo nati e ora viviamo, lo stesso Paese che i nostri antenati aiutarono a costruire, creando nuclei di una decina di case, coloni, villaggi, dopo diventati città. Piccoli e grandi città. Difusero la cultura italiana e le sue tecniche e metodologie di lavoro tra la popolazione locale. Ormai siamo avvocati, medici, ingegneri, professori, operai, impiegati, imprenditori, industriali, politici, scrittori, amministratori pubblici o privati, ministri del governo, giuristi ed ogni sorta di professionisti perfettamente integrati alla società brasiliana. Non abbiamo voglia, neanche necessità di andare in folla in Italia per usurpare posti di lavoro ai nostri connazionali. Non abbiamo intenzione di richiedere i benefici dalla previdenza sociale italiana alla quale non abbiamo mai contribuito. Quello che desideramo con la forza del nostro sangue e con perseveranza e determinazione è proprio quello che ci assicura la legge italiana: il riconoscimento della nostra cittadinanza! E questo la burocrazia oppure la diplomazia italiana ci sta negando. Vogliamo avere il piacere di andare in Italia orgogliosi di essere italiani pieni della nostra capacità giuridica, senza necessità di richiedere il permesso di soggiorno per restare in Italia o di entrare nella fila dalla questura per lo stesso motivo. Potere andare in Italia semplicemente per ricostruire la storia delle nostre famiglie, anche per vedere personalmente il luogo dove nacquero i nostri antenati. Da tempo stiamo nella fila di attesa dei consolati. Siamo stanchi di aspettare per tanti e tanti anni che le promesse, rinnovate ogni volta nel cambiamento di governo, divengano realtà. Siamo stanchi di assistere centinaia di persone dormendo sul marciapiede di fronte al Consolato a San Paolo per consegnare la loro richiesta o per chiedere informazioni sul loro processo di riconoscimento della cittadinanza. Siamo veramente stanchi di vedere consolati, come quello a Curitiba che mantiene le porte chiuse fin dal 2005, non permettendo così la consegna di nuove richieste. Siamo stanchi di pensare che dobbiamo aspettare ancora tra i venti e i trent’anni per essere convocati dal Consolato per il conferimento della nostra documentazione, come purtroppo è accaduto in alcuni consolati. Ciò ci fa pensare che il riconoscimento della nostra cittadinanza può ottenersi soltanto post mortem. Dunque, Signor Vice Ministro, pur sapendo che noi siamo una comunità di più di 28 milioni di oriundi, ci sentiamo di rappresentare una forza e una fonte di risorse a disposizione dell’ Italia. In questo modo, chiediamo cortesemente il Suo intervento presso gli organismi governativi competenti in materia di cittadinanza, al fine di trovare una soluzione urgente e concreta al problema della lunga fila di attesa per il riconoscimento della cittadinanza nei consolati italiani in Brasile, forse 500 mila persone nell’ intero Paese. Vogliamo gradire l'espressione della nostra stima Tania
Rossari
"Non
importa il Paese dove viviamo ma il Paese che vive in noi"
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Senador FRANCO DANIELI, Ilustre Vice-Ministro das Relações Exteriores da Itália (por ocasião de sua visita a São Paulo hoje - 18 de maio de 2007)
São Paulo, 18 de maio de 2007
Nós também somos italianos Ilustre Senhor Vice-Ministro,
Somos descendentes de italianos emigrados para o Brasil entre o final de 1800 e o início de 1900 – período conhecido como “A grande emigração”, um episódio da história que infelizmente é pouco conhecido pelos nossos concidadãos da Itália. É importante ressaltar que nós, descendentes daqueles emigrantes italianos, ainda nos sentimos orgulhosos de nossos antepassados porque tiveram a força e a coragem, próprias do povo italiano, para atravessar o oceano em busca de uma existência mais digna para si mesmos e para a sua família, que a Pátria Italiana ainda não tinha condições de lhes oferecer. Para nós, este foi um gesto heróico. Aqueles italianos não abandonaram a sua Pátria, ao contrário, trouxeram-na com eles, em suas veias, em seus braços, em suas mãos habituadas ao trabalho pesado, mas principalmente em seu coração. Este sentimento de italianidade nunca perdido por eles, nos foi transmitido por hereditariedade genética, mas também pela convivência com nossos pais, avós e bisavós até a segunda, terceira e mesmo quarta geração. Isto representa a estreita ligação que temos com a Itália. Por causa desse sentimento de italianidade podemos dizer com orgulho que nós também somos italianos! Somos também italianos porque isto é o que nos assegura a lei n.º 91 de 5 de fevereiro de 1992, por direito de sangue. Quando nossos avós e bisavós aqui chegaram não tiveram medo do trabalho, sempre o afrontaram com coragem, força de vontade e esperança, movidos pelo desejo de um dia retornarem ao seu próprio País.Porém, não obstante a imensa saudade que sentiam pela Pátria de origem, aqueles homens e mulheres se integraram no País em que nós nascemos e agora ainda vivemos, o mesmo País que nossos antepassados ajudaram a construir criando pequenos núcleos habitacionais, colônias, vilas, depois transformados em cidades – pequenas e grandes cidades – difundindo a cultura italiana, suas técnicas e metodologias de trabalho entre a população local. Atualmente somos advogados, médicos, engenheiros, professores, operários, empregados, empresários, industriais, políticos, escritores, administradores públicos e privados, ministros de Estado, juristas e todo tipo de profissionais, perfeitamente integrados na sociedade brasileira. Não queremos e nem temos necessidade de invadir a Itália, como uma multidão, para usurpar postos de trabalho de nossos concidadãos. Não pretendemos reclamar benefícios de sua previdência social, para os quais nunca contribuímos. Aquilo que desejamos com a força de nosso sangue, com perseverança e determinação é exatamente o que nos assegura a lei italiana: o reconhecimento de nossa cidadania! E isto a burocracia ou talvez a diplomacia italiana está nos negando. Queremos ter o prazer de viajar para a Itália orgulhosos de poder nos sentir italianos com plena capacidade jurídica, sem necessidade de requerer o “permesso di soggiorno” para ali permanecer ou de entrar na fila da “questura” pelo mesmo motivo. Poder ir à Itália simplesmente para reconstruir a história de nossas famílias e para conhecer pessoalmente a pequena cidade onde nasceram nossos antepassados. Estamos na fila de espera dos consulados há muito tempo. Estamos cansados de esperar, por tantos e tantos anos, que as promessas renovadas a cada mudança de governo se transformem em realidade. Estamos cansados de ver centenas de pessoas dormindo na calçada diante do Consulado de São Paulo para entregar o seu requerimento ou para pedir informações sobre o seu processo de reconhecimento da cidadania. Estamos realmente cansados de ver consulados, como o de Curitiba, com as portas fechadas desde 2005, impedindo a entrega de novos requerimentos. Estamos cansados também de pensar que teremos ainda de esperar mais vinte ou trinta anos para sermos convocados pelos consulados para a conferência da nossa documentação. Isto nos faz pensar que o reconhecimento de nossa cidadania só se fará post mortem. Por isso Senhor Vice-Ministro, por saber que representamos uma comunidade de mais de 28 milhões de oriundi, temos consciência de que somos uma força e uma fonte de recursos à disposição da Itália. Desse modo, encarecemos a Vossa Senhoria que interceda em nosso favor perante os órgãos governamentais competentes em matéria de cidadania para que se encontre uma solução urgente e concreta para o problema representado pela longa fila de espera para o reconhecimento da cidadania nos consulados italianos no Brasil, atualmente em torno de 500 mil pessoas em todo o Brasil. Com a mais alta estima e consideração Tania
Rossari
"Não
importa o País onde vivemos, mas sim o País que vive em nós"
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ENTREVISTA
DE FÁBIO PORTA, ALIADO DO GRUPO VIRTUAL "SOBRENOMESITALIANOS"
NA BUSCA
DE SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA DA VIOLAÇÃO DO DIREITO
DOS ÍTALO-BRASILEIROS
AO RECONHECIMENTO
DA CIDADANIA ITALIANA
Cidadania: Sociólogo
Fábio Porta afirma que a Itália está à beira
da inconstitucionalidade
© Desiderio Peron - Insieme / Asib
TEXTO DA ENTREVISTA DE FÁBIO PORTA À REVISTA INSIEME, NÚMERO 100 (ABRIL 2007)
CURITIBA – PR - “Não
perder tempo com a retórica da imigração” ítalo-brasileira
foi o conselho dado ao primeiro ministro do governo italiano, Romano Prodi,
no dia em que ele chegava ao Brasil. “Corriere della Sera” em mãos,
já cedo Fábio Porta esperava uma oportunidade para protestar
contra o editorial do jornal, assinado pelo ex-embaixador Sergio Romano.
À noite, no Círculo Italiano de São Paulo, entregou
pessoalmente a Prodi a carta que havia redigido ao editorialista e que
já circulava nas agências de notícia italianas. “Caiu
minha ficha”, disse Porta depois. “Comecei a compreender que as muitas
dificuldades colocadas ao reconhecimento da cidadania italiana ‘ius sanguinis’
talvez sejam mais de ordem cultural que real”. Casado e residente no Brasil,
o sociólogo Porta, formado pela Universidade “La Sapienza” de Roma,
afirma nesta entrevista ao editor de Insieme que a Itália está
à beira da inconstitucionalidade ao negar, na prática, direitos
assegurados no papel. Para ele, o inchamento de números é
outra evidência da falta de vontade política. Ele analisa
este e outros candentes temas de grande interesse para os ítalo-brasileiros
e advoga a eleição direta para a escolha dos membros do CGIE
- Conselho Geral dos Italianos no Exterior. Dos parlamentares eleitos na
América do Sul, como eleitor, ele pergunta: “Onde estão?”
Que avaliação faz da recente visita de Prodi ao Brasil? Na política, também
os gestos têm valor, e o fato de que a primeira visita de Prodi fora
da Europa tenha sido feita ao Brasil e a São Paulo, uma das grandes
capitais “italianas” no exterior foi um sinal importante, que não
podia passar despercebido. Me pareceu um Prodi menos tenso do que de costume,
convencido e feliz de sua presença no Brasil. Em todos os seus encontros
envidenciou a forte correspondência entre a presença italiana
e as perspectivas políticas e comerciais de integração
entre os dois países.
Quais são as perspectivas políticas e econômicas mais evidentes? Refere-se também ao projeto energético? Sem dúvida, as
perspectivas mais interessantes são aquelas que derivam da expansão
do mercado mundial de biodiesel, onde o Brasil é já o líder.
Logo após a visita de Prodi, visitei com alguns conselheiros do
Comites de São Paulo a fábrica Dedini, em Piracicaba, a maior
empresa de tecnologia de base e de ponta do setor; o presidente, Mario
Dedini, nos mostrou o extraordinário cenário para o Brasil
nos próximos anos, e a Dedini é parceiro de empresas italianas:
é um dos claros exemplos de como a presença italiana pode
ser também útil e estratégica quando se fala das relações
comerciais entre os dois países.
Bem no dia em que chegava ao Brasil, Prodi foi aconselhado a deixar de lado as reivindicações da comunidade ítalo-brasileira sob a alegação de que elas atrapalham as relações entre os dois países. O Senhor discordou de pronto, e por escrito. Por qual motivo e o que lhe disse Prodi a respeito? Sou um leitor atento do
“Corriere della Sera”, aliás, há algum tempo também
ajudei a empresa responsável pela distribuição no
Brasil a sair de uma perigosa crise que nos teria privado da leitura diária
do jornal aqui em SP (que junto com Buenos Aires tem este pequeno “privilégio”...).
Também por isso senti-me pessoalmente ofendido ao ler o editorial
assinado por Sergio Romano no dia da chegada de Prodi ao Brasil. No artigo
convidava-se Prodi a “não perder tempo com a retórica da
emigração” representada pela comunidade italiana no
Brasil, e a passar aos fatos, isto é, aos negócios... Nem
todos sabem que Sergio Romano foi um importante embaixador italiano no
exterior e que poucos dias antes daquele editorial esteve exatamente no
Brasil. Quero dizer que a minha indignação se devia exatamente
ao fato que uma pessoa que conhece bem o peso e o valor da comunidade italiana
no exterior, e particularmente no Brasil, não poderia jamais escrever
tamanho absurdo!. Escrevi uma carta a Sergio Romano e a entreguei a Prodi,
que cumprimentou-me dizendo que eu tinha sido bondoso demais...
Sem fazer o papel de “Maria ofendida”, sendo o colunista alguém assim tão ligado à diplomacia ou à burocracia italiana, não houve aí uma clara e grave ofensa à comunidade ítalo-brasileira? Creio que sim, e não
é a primeira vez que o ‘Corriere’, exatamente através da
assinatura da Sergio Romano, ofende os italianos no exterior: já
o tinha feito durante a campanha eleitoral, com um péssimo artigo
cheio de estereótipos sobre os italianos da Argentina; também
então respondi com uma dura crítica. Infelizmente em ambas
as oportunidades o jornal não teve a educação e o
bom senso de publicar a minha carta. Por sorte, caro Peron, nem todos os
diplomatas pensam como ele; veja o que escreve Ludovico Incisa di Camerana
(outro conhecido ex-embaixador) no prefácio de seu livro “O Grande
Êxodo” , dedicado à emigração: “Na área
diplomática procura-se antepor uma separação formal
a uma identificação plena com os concidadãos, donde
este ambíguo entendimento que inevitavelmente comporta exceções
com o nascimento de relações de amizade frequentemente não
correspondidos a nível oficial (...) Não quero justificar-me
- conclui o diplomata - mas reconheço que existe um débito
moral que procuro saldar relativamente à outra Itália”.
Eis aí uma posição diversa, respeitosa e autocrítica,
e não ofensiva e esnobe como aquela de Romano.
É sabido que a busca pelo reconhecimento da cidadania italiana “iure sanguinis” (uma grande janela para o renascimento de uma italianidade sufocada em outros tempos) constitui-se na principal reivindicação da comunidade ítalo-brasileira. Por qual motivo, a seu ver, esta reivindicação não está sendo atendida a contento? Todos os brasileiros conhecem
uma expressão muito simpática que é “caiu a ficha”:
Quando li o artigo de Romano no ‘Corriere’ è “caiu a minha ficha”,
ou seja, comecei a compreender que as tantas dificuldades colocadas ao
reconhecimento da cidadania ius sanguinis talvez são mais de caráter
cultural que real. De outra forma não teria sentido a progressiva
redução do pessoal consular destinado ao setor, a obstinada
aversão a qualquer tentativa de “terceirizar” parte do serviço,
a não assinatura das convenções com os patronatos,
o silêncio sobre a proposta de uma “ força tarefa”, o injustificado
e inconstitucional “ fechamento” de alguns consulados...
Consulados como o de Curitiba estão fechados a novos pedidos de cidadania desde 2005. Não lhe parece que ao arrepio da lei cada cônsul está fazendo um pouco o que bem quer, dependendo da corrente com a qual melhor se afina? É o que acabei
de dizer: estamos à beira da inconstitucionalidade, impedir um cidadão
de poder gozar de um direito, isto é verdadeiramente grave. E mais
grave de tudo é a possibilidade que existam diferenças entre
consulados, isto é mesmo inaceitável, além de incompreensível.
E a coisa mais grave é que o “ fechamento” do consulado de Curitiba
foi feita pelo antecessor do atual cônsul que, se não me engano,
tem hoje um papel importante de coordenação da nossa rede
consular em todo o mundo.
Pela legislação em vigor, todo descendente de italiano, italiano é. O reconhecimento é apenas, como a certidão de nascimento, um ato burocrático. Que devem fazer os que não conseguem a “certidão” ou são impedidos até de solicitá-la? Além do político, mais natural, há remédio jurídico para isso? Falo como representante
eleito da comunidade italiana (Porta é Vice-presidente do Comites
de SP, NdR): ser cidadão quer dizer responder a um conjunto de direitos
e deveres; do mesmo modo que o Estado deve exigir o respeito aos deveres
é obrigado a garantir o pleno exercício dos direitos. É
esta a questão! Não existem direitos “por tempo indeterminado”
ou, pior ainda, conforme “critério de um cônsul” . Não
quero fazer demagogia nem terrorismo, mas simplesmente repito: “não
é sério continuar assim”, sem ter a coragem de enfrentar
a situação nem de uma forma nem de outra. Com a conseqüência
de diminuir toda a discussão sobre os italianos no exterior, sobretudo
no Brasil, ao assunto da cidadania. Preferiria falar de cursos de língua,
bolsas de estudo, estágios e treinamentos na Itália, promoção
da cultura e dos intercâmbios universitários, intensificação
das joint-venture entre jovens empresários italianos e sul-americanos...
Por isso me incomodo quando se fala de cidadania, porque não se
resolve o problema e não se consegue enfrentar as grandes questões
ligadas à presença de nós, italianos no exterior.
Os consulados reclamam que não têm estrutura, mas de forma geral não aceitam a colaboração dos patronatos ou da comunidade. E quando aceitam, como na questão dos trentinos em Curitiba (na verdade, uma rara exceção), os processos, às centenas ou milhares, ficam dormindo nas gavetas de Roma. Que dizer disso? Quando digo que se trata
de um problema “cultural” quero dizer exatamente isto; há uma certa
resistência em admitir que existem soluções e que frequentemente
o problema “ falta de recursos” é apenas uma desculpa para
não estudá-las e experimentá-las. Trata-se, também,
de um certo modo de entender da diplomacia e, portanto, da rede consular:
para alguns (como Romano), os diplomatas devem ocupar-se dos grandes sistemas
(a assim chamada “alta diplomacia”) e não dos problemas concretos
como aqueles da comunidade italiana na América do Sul. Vejo que
também entre os nossos cônsules existem alguns mais propensos
a encontrar soluções neste sentido e outros menos; para alguns
deles não existe um problema insolúvel, mas apenas uma vontade
política por definir.
Enquanto transita no Parlamento projeto de lei abrindo para o reconhecimento da cidadania italiana também pelo lado materno (antes de 1948), outros, como o senador Edoardo Pollastri, temem que se chegue a Adão e Eva. Que pensa a respeito? Creio que o senador Pollastri
não tenha sido feliz em sua expressão, e que quisesse simplesmente
dizer que precisaria dar tempos certos para a realização
dos processos de cidadania, talvez colocando algum entrave na reconstrução
da cidadania. Uma visão pragmática, de empresário,
como Polastri é. O problema são os números que são
apresentados a cada dia, números grandes (498 mil requerimentos
não atendidos no Brasil) mas que frequentemente são aumentados
de propósito exatamente por quem pretende eliminar para sempre a
cidadania ius sanguinis, coisa que juristas e constitucionalistas entendem
como impossível. Eu convidaria a todos, então, e em primeiro
lugar o senador Pollastri e a deputada Bafile - ambos do Ulivo - a serem
verdadeiramente pragmáticos, defendendo seriamente a proposta já
realizada da “força tarefa” para a eliminação
da chamada “fila” e definindo critérios eficientes e rápidos
para os novos requerimentos, recorrendo, se for o caso, às convenções
com os patronatos e à “terceirização” de parte do
serviço, incluindo uma pequena participação econômica
dos interessados.
Como explica as últimas medidas tomadas pelo governo italiano no campo que interfere com o reconhecimento da cidadania (visto, residência, etc.)? Concorda com os que advogam uma lei mais restritiva? Sou o primeiro a afirmar
que a corrida à cidadania na Itália (dos que vão para
a Itália para obter o reconhecimento do direito - NR) deva ser bloqueada,
desencorajada e desincentivada; isto, no entanto, diante de uma ação
séria pela solução dos processos de cidadania, sobretudo
no Brasil e na Argentina. Fechar aqui e na Itália teria como conseqüência
o recrudescimento de fenômenos de corrupção e incentivaria
subterfúgios e irregularidades, que precisamos evitar e condenar.
Por isto volto a dizer aos nossos políticos e governantes: tenham
a coragem de realizar escolhas, porque tudo pode ser feito, exceto deixar
a situação como está. A Itália é um
grande e sério País e não pode permitir-se o luxo
dessa imagem, nem de iludir ninguém com um direito garantido no
papel mas que é nagado de fato.
Esse direito de sangue nos vem desde os romanos? E não é uma das pedras fundamentais da grandeza dessa Itália fora da Itália? Disseste-o bem, tanto
que a cidadania ius sanguinis tem raizes exatamente no direito romano,
de que nós italianos nos orgulhamos. Sabe onde tinha nascido o grande
imperador Adriano? Na Espanha, mas ainda hoje é lembrado como um
dos grandes imperadores romanos... Sim, sei, também eu sou nascido
na Itália e frequentemente ouço dizer: “Não podemos
colocar no mesmo nível quem, como nós, nasceu na Itália
e os bisnetos de um italiano que nasceram no Brasil ou na Argentina...”
O problema porém não é este; a verdadeira dificuldade
é no ver a condição de “duplo cidadão” como
um valor agregado, um patrimônio único para a Itália,
que se adequadamente valorizado e organizado pode constituir um formidável
instrumento de desenvolvimento cultural, econômico e social para
o nosso País. Quero ser sincero e não esconder o fato que
existem pessoas à procura de um “passaporte europeu” mais que de
uma verdadeira “cidadania italiana”; mas então, se este é
o problema, estudemos e avaliemos seriamente as formas (que existem) para
desencorajar este tipo de procura “oportunística” e ajudar aquela,
digamos assim, “legítima”. Argumento que, paradoxalmente, o atual
sistema acaba por ajudar o próprio “mercado dos passaportes” contra
o qual precisamos nos mobilizar.
Como avalia o desempenho até aqui visível da representação parlamentar da América do Sul perante o Parlamento italiano? Talvez sou a última pessoa que deveria falar neste sentido. Sou o primeiro dos não eleitos na chapa da Unione à Câmara dos Deputados pela Circunscrição América do Sul e creio que a avaliação dos deputados eleitos deveria ser feita pelos eleitores, isto é, pelos milhares de italianos que votaram na América do Sul. Estou consciente de que foi a “primeira vez” para todos e que não é fácil responder num ano às expectativas criadas no curso de decênios... Mas como eleitor eu esperava mais determinação, sobretudo sobre a situação da “rede consular” sul-americana, que se constitui no ponto crucial de todos os serviços oferecidos à comunidade (estudo, trabalho, assistência...). Porque não assumir, por exemplo, que 6 (seis!) consulados gerais no Brasil é pouco e que 8 (oito!) na Suíça talvez são mais que suficiente.... É apenas um exemplo, mas continua a ser o mais importante. Outra reivindicação “de eleitor” aos parlamentares eleitos: visitem mais vossas comunidades, vossos eleitores! Infelizmente o delicado equilíbrio no Senado não deixa a meu amigo senador Pollastri uma tal liberdade de movimentos que lhe permita viajar pelo Brasil ou pela América do Sul, mas os outros? Onde estão? Na sua opinião, o que deve mudar nos Comites? O CGIE deve continuar existindo? A presença dos
parlamentares eleitos no exterior mudou radicalmente o papel desses órgãos
que, se não forem reformulados logo, correm o risco de tornarem-se
obsoletos, ou seja, velhos e inúteis. O Comites deve tornar-se a
verdadeira “Câmara de Vereadores” dos italianos no exterior,
mas para isto deve ter recursos adequados e estabelecer uma relação
real e direta com as exigências da comunidade; também aqui
vejo de um lado Comites ativos e propositivos (permitam-se citar aquele
de São Paulo, e dizer que a presidente Rita Blasioli sabe trabalhar
em equipe e com abnegação em defesa de nossa comunidade,
utilizando não apenas o Conselho mas também as comissões
de trabalho e as numerosas visitas ao interior...); vejo ao contrário
outros Comites adormecidos e distantes da comunidade. Para o CGIE o discurso
é ainda mais sério e a reforma mais urgente; sou a favor
das eleições diretas dos conselheiros do CGIE, de uma redução
do número dos conselheiros e de uma importância maior às
reuniões continentais, às quais os presidentes dos Comites
deveriam sempre ser convidados.
Concorda com a tese segundo a qual se a eleição para o CGIE não for direta, é melhor que o órgão seja fechado? Que dizer também do grande número de “biônicos” - isto é, indicados pelo governo? Não creio que o CGIE deva ser extinto, pelo contrário, deveria ser reformado exatamente em função da presença dos 18 parlamentares eleitos no exterior. O CGIE deveria ser o lugar para onde as propostas e reivindicações da comunidade italiana no exterior seriam canalizadas e traduzidas em propostas concretas, também de caráter legislativo, destinadas à avaliação do Parlamento; é claro, porém, menos gongórico e mais concreto: ou seja, menos discursos e mais propostas operacionais. Há quem defenda que o voto direto reduz o peso dos Comites, opinião compreensível, mas de quem nunca participou de uma assembléia de eleição do CGIE, onde os acordos acontecem nos quartos de hotel às 4 horas da manhã e não no confronto de idéias entre Comites e Associações. Quanto aos “biônicos”, eu seria favorável a uma redução do número, mas não de supressão total, uma vez que representam a necessária ligação com órgãos históricos da imigração italiana no mundo, que tiveram e continuam a ter um papel importante e útil para o aumento do poder de representação da Itália fora da Itália. |
A idéia da Itália mãe, de vê-la, conhecê-la, tocá-la, na forma de um passaporte ou um certificado de cidadania, enfim, tê-la como mãe e protetora espiritual, ser reconhecido como filho ou poder dizer: eu sobrevivi, carrego teu sangue nas veias, pronuncio palavras do teu idioma que guardo em meu coração como um código secreto para que identifiques o teu filho que tem saudade. Esta idéia, este desejo representa ainda, ou cada vez mais, uma longa e tumultuada espera. Temos saudade da nossa própria história, dos ancestrais cujo rosto não conhecemos, mas o DNA no nosso sangue nos registra italianos. No subconsciente guardamos a imagem da mãe que chora ao ver o filho partir e nunca mais voltar. Mães que morreram na Itália chamando os filhos pelo nome. A elas restou-lhes o consolo de saber que pelo menos um nome eles trouxeram consigo, já que a maioria era analfabeto, muitas vezes sem documentos, obrigados a viajar clandestinamente. A idéia de retornar ao país de origem, ou ser reconhecido como cidadão italiano, permanece como um sonho que representa o resgate das perdas, dos sofrimentos e do afastamento brutal da pátria mãe. Parecemos árvores podadas, na memória falta um pedaço, herdamos um vazio nostálgico, um misto de dor e curiosidade: herdamos a missão de resgatar a memória de uma história que não foi escrita e nem reconhecida, mas que para nós foi dita, por isso é bendita. Porém hoje, quando este descendente procura o reconhecimento de sua cidadania depara com dificuldades e barreiras maiores do que o oceano que jogou seus ancestrais aqui: “Buttarsi al mare, per vivere o morrire“. Esta foi a alternativa de nossos antepassados. O sentimento de abandono e o esquecimento continua quando constatamos que nas atuais leis de imigração, o imigrante italiano é tratado como se fosse um estrangeiro qualquer. A Itália não reconhece a diferença porque esqueceu do sangue e da história de seus filhos, ou seja, não ensinou nas escolas o que foi a emigração de milhares de italianos obrigados a fugir da fome. Os que emigraram foram considerados mortos pelo poder público, e talvez hoje representam um estorvo, algo que dá trabalho, um filho bastardo. Exatamente como faz uma mãe madrasta. Deveríamos fazer uma pesquisa para descobrir o percentual da população italiana atual, inclusive políticos, que conhecem realmente a história dos irmãos emigrados. Muitas vezes nos vemos obrigados a admitir que somos descendentes de bastardos porque, se o bisavô era clandestino, se morreu analfabeto e o registro de óbito não informa sua origem, como saber se ele veio do Norte, do Sul? Do centro da Itália? Qual a data e local de nascimento? Como saber da nossa origem nestes casos? Peregrinamos de um lado para outro e nos deparamos com a mãe madrasta, coroada de brilhantes burocráticos. Mesmo com a facilidade dos meios de comunicação que temos hoje em dia, os municípios italianos nunca se prontificaram a amenizar esta Via-Sacra. Existem várias maneiras de fazê-lo. O apego às tradições mantem vivo o elo com a Itália trazida pelos imigrantes italianosOs consulados italianos pelo mundo afora são os que mais têm acúmulo de trabalho. Faltam funcionários, o governo italiano não percebe a importância deste trabalho, não entende que os descendentes, acima de tudo, procuram o elo perdido com sua própria identidade; é a busca sagrada da auto-estima. A grande maioria deles busca o direito de saber que tem origem, que ficou plantada na Itália uma raiz sentimental que lhes pertence. São poucos os descendentes interessados em trabalhar ou estudar na Itália, a grande maioria deseja voltar no tempo, curar as feridas que ficaram abertas. Queremos consolar o pranto das mães que ficaram lá na Itália e ainda choram em nossas mentes. Precisamos cantar e contar esta história aos nossos descendentes. E que eles tenham orgulho da mãe pátria, mesmo que ela seja um pouco madrasta. Por Neiva Zanatta - Professora
e tradutora de italiano.
Italia: madre o madrasta? L´idea d´Italia madre, di vederla, conoscerla, tocarla, attraverso un passaporte o un certificato di cittadinanza, finalmente averla come madre spirituale, essere riconosciuto come figlio o essere in grado di dire: sono soppravissuto, porto tuo sangue nelle mie vene, pronuncio parolle del tuo idioma nascoste nel mio cuore come se fossero un codigo segretto in modo che puoi identificarmi come tuo figlio che ha nostalgia dei suoi. Questa idea, questo desiderio rappresenta ancora, o sempre di più, una lunga e tumultuosa attesa. Abbiamo nostalgia della nostra propria storia, dei nostri ancestrali, di cui, la faccia non la conosciamo, ma il DNA nel nostro sangue ci registra italiani. Nel subcoscente portiamo l´imagine della madre che piange mentre il figlio parte e non ritorna mai più. Madri che sono morte chiamando i loro figli per suo nome. A queste mamme è rimasto il consolo di sapere che almeno un nome avevano nella partenza, e che questo nome si sono portati insieme, visto che la magioranza era analfabeto, alcuni senza documenti, costretti a viaggiare come clandestini. L´idea di tornare al paese di origine, o essere riconosciuto come un cittadino italiano, rimane come un sogno che rappresenta il riscatto delle perdite, delle sofferenze e del afastamento brutale dalla patria madre. Siamo come alberi tagliati, nella memòria manca un pezzo, abbiamo ereditato un vuoto nostalgico, un misto di dollori e curiosità: abbiamo ereditato la missione di riscattare la memoria d´una storia che non è stata scritta , ma che a noi è stata raccontata, per ciò è cosiderata benedetta. Però oggi, quando i discendente cercano il riconoscimento della loro cittadinanza si sbbatono contro difficultà e barriere maggiori che l´ceano che gli hanno buttato qui: “Buttarsi al mare , per vivere o morire“.Quest´ è stata l´alternativa dei nostri antenati. Il sentimento d´abbandono e la dimenticanza continua quando ci accorgiamo che nelle attuali leggi d´immigrazione, l´ emmigrato italiano è trattato come se fosse un straniero qualsiase. Forse l´Itália non riconosce la differenza perchè si è dimenticata del sangue e della storia dei suoi figli , o sia, non ha insegnato nelle scuole cosa fu l´emmigrazione di migliaglia d´italiani costtretti a fuggìre della fame. Ci sembra che i emmigrati furono considerati morti dal potere pubblico italiano. Magari oggi siamo un disturbo, algo che crea tanto lavoro, come se fossimo dei figli bastardi. Esatamente come fa una madre madrasta. Sarebbe interessante fare una ricerca per scoprire il percentuale della popolazione italiana atuale, inclusive politici, che realmente conoscono la storia dei fratelli emmigrati. Tante volte ci obbliguiamo a ammetere che siamo discendenti di bastardi perchè, se mio bisnonno è arrivato in Brasile clandestino, se è morto analfabeto ed il registro di òbito non informa l´origine, come sapere se lui è venuto del nord, del sud ? Del centro d´Itália? Qualle sarebbe il luogo e data della nascita? Come scoprìre la nostra origine in questi casi? Peregriniamo d´un lato al´altro ed inciampiamo con la madre madrasta, coronata con brillanti burocratici. Nonostante le facilità dei mezzi di comunicazione che abbiamo nei giorni d´oggi, i comuni italiani non si sono mai prestati a rendere amena questa Via-Sacra. Esistono varie modi di farlo. I consolati italiani in tutto il mondo sono affolati, soffrono un´accumulo di lavoro. Mancano funzionari, il governo italiano non percebisce l´importanza di questo lavoro, non capisce che i discendenti, più che altro, stano cercando il legame perso della propria identità; è la ricerca sacra dell´autostima. La maggioranza di loro desidera sapere che ha un´origine, che in Italia è rimasta sotto terra una radice sentimentale che a loro appartiene. Sono pochi i discendenti interessati in lavorare o studiare in Italia, la grande maggioranza desidera tornare nel tempo, curare le ferite che sono rimaste apperte. Vogliono confortare il pranto delle mamme che sono rimaste in Italia ed ancora piangono nelle nostre menti. Vogliamo cantare e raccontare questa storia agli nostri discendenti. E che loro abbiano orgoglio della madre patria, anche se sia un pò madrasta. Neiva Zanatta è
insegnante e traduttrice d´italiano.
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ao Notiziario NIP - News ITALIA PRESS agenzia stampa N° 93 - Anno XIV, 22 maggio 2007
Recife - "Sono figlio di siciliani
stabilitisi a Recife negli anni 50. Allora sono brasiliano e italiano,
italiano e brasiliano. Sono ingegnere e imprenditore. Sono sposato con
una siciliana, Stella Fregapane, nata a Cattolica Eraclea, dove sono pure
nati i miei. Stella è venuta a Recife come turista in visita ai
parenti e così ci siamo conosciuti. Abbiamo tre figli già
cresciuti e tutti perfettamente integrati alla realtà del, anche
nostro paese, Brasile. In Italia si dice che chi è felice è
pazzo, allora direi che tutti in famiglia siamo mezzo matti. Per quanto
riguarda il Comites sono entrato a far parte di um gruppo chiamato Movimento
Azione e Partecipazione la cui proposta era uma più grande comunicazione
fra la comunità italiana della circoscrizione consolare e il suo
Comites, utilizzando le moderne tecnologie". Così Salvador Scalia,
Presidente del COMITES di Recife, il quale ieri ha diramato una nota di
denuncia delle varie difficoltà di accesso alla cittadinanza da
parte delle seconde generazioni, "le file ai Consolati, qualche volta l'impossibilità
ad accedere ai Consolati" (Discendenti di Recife: "anche noi siamo italiani"
In 500mila in fila davanti ai Consolati News ITALIA PRESS N°
92 del 21 maggio 2007).
Il problema che lei ha sollevato
è quello relativo agli oriundi, ovvero alle seconde e terze generazioni.
Quanti sono gli oriundi che hanno
questi problemi in Brasile e quanti vogliono accedere alla cittadinanza
italiana?
Perchè si desidera la cittadinanza
italiana?
Lei sa che il Parlamento italiano
lavora alla revisione della legge sulla cittadinanza. Bene, cosa ne pensa
di questa revisione e cosa secondo lei deve contenere?
Lei parla di tempi lunghi per
l'ottenimento della cittadinanza, da cosa sono determinati questi tempi
lunghi?
In Brasile ritengo che il problema
principale sia distanza delle sedi consolari, è corretto?
Quanti sono gli oriundi in tutto
il Brasile che hanno fatto richiesta di cittadinanza e che la stanno aspettando?
La cittadinanza darà tra
il resto diritto al voto. Lei ritiene che gli oriundi che avranno ottenuto
la cittadinanza parteciperanno al voto?
Lei ritiene che lo Stato italiano
stia frenando l'accesso alla cittadinanza? e se si perchè? quali
le motivazioni?
Ritiene che in Italia si voglia
evitare che una massa enorme di italiani di seconda e terza generazione
che non conoscono l'Italia possano votare propri rappresentanti in parlamento
e per tanto essere determinanti nel processo elettorale sulla Circoscrizione
Estero ripartizione America Meridionale?
Lei ritiene che gli italiani di
prima generazione abbiano interesse, magari sempre per la questione voto,
a frenare l'accesso alla cittadinanza da parte degli oriundi?
Come Comites cosa state facendo
per tentare di dare una svolta alla questione?
Il Vice Ministro Danieli è
in visita in Brasile, voi avete potuto farle avere le vostre lamentele
in materia?
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