ADOLPHO ARMANI

Adolpho Ildebrando Armani nasceu em 02/07/1871, em Vilmezzano, município de Caprino Veronesi – província de Verona – Itália.
Segundo filho do casal Francesco Armani e Ângela Sartori. Eram seus irmãos: Guerino, Giovana, Domenico, Nestor, Cândida, Caterina, Maria Ângela e Guiseppe (Beppo).
1895 – Adolpho, que estava servindo o exército, atendendo ao chamado do tio Padre Armani, pede despensa e vem para o Brasil, Mogi Guaçu, para cuidar da olaria do tio e estabelecer condições viáveis para a vinda da numerosa família de seu pai, irmão de Padre Armani.

1896 – Um ano após sua chegada, casa-se com a prima Ancila Martini. Em virtude do parentesco tão próximo, o casal enfrenta a ferrenha oposição da família, principalmente do Padre, tio de ambos. Dessa união nascem 9 filhos:

Angelina
Leonor
Mathilde
Júlio César
Elvira Julieta
Olynto
Maria Catarina
Nirce Lavínia
Sérgio.

1897 – nasce em agosto a primeira filha do casal: Angelina, a primeira brasileirinha, primeira neta dos patriarcas Giuseppe Martini e Francesco Armani.

Em outubro, finalmente, Adolpho e o tio Padre seguem para São Paulo a fim de receber Francesco e a família. Ficam hospedados no “Mosteiro de São Bento” onde o Padre tinha amigos, aguardando ali o momento do encontro com a família na “Hospedaria dos Imigrantes”. Francesco com quase 60 anos, a esposa e 7 dos 9 filhos – Adolpho já estava aqui há 2 anos e Guerino, o mais velho, já estava casado e ficou na Itália.

Até esse ano, Adolpho cuida da olaria do tio Padre, que aos 63 anos, já não conseguindo mais conciliar os afazeres da Igreja com o da olaria, abandona de vez suas atividades industriais, dedicando-se, exclusivamente, às atividades inerentes ao seu cargo de vigário.

1900 – nasce a segunda filha do casal.

1901 a 1904 – Muda-se com a esposa e filhas para a Estiva, para perto de seus sogros, onde permanece por 4 anos mais ou menos, e aí nascem mais dois filhos.

1905 a 1921 – Adolpho volta com a família para Mogi Guaçu e se instala no imóvel de sua propriedade na Rua 13 de maio com a Rua 15 de novembro, onde hoje é a Caixa Econômica Federal até a Cafeteria Bandeirantes, onde existia uma ampla casa de morada, um bar e uma venda que ia até a esquina. Aí nascem seus últimos 5 filhos.

Permanece neste local por 16 anos com sua venda, que nesse tempo era o ponto de reunião de parentes e patrícios que juntos matavam a saudade da Pátria e de todos os que lá tinham deixado. Quando o Fanfula (jornal italiano que Adolpho assinava) chegava era aquela euforia para saber as novidades da terra distante. Adolpho tinha um gramofone para tocar as óperas e cançonetas italianas e a fantástica coleção de Hinos Nacionais Europeus, que era o seu orgulho!

Nessa época ainda não se tinha o rádio. Alguns anos mais tarde, seu cunhado Emílio Pedrini trouxe a novidade para seu bar que funcionava nos moldes deste – na praça da Matriz.

1908 – Adolpho vende para seu primo e cunhado Luiz Martini uma gleba de terra de 8 alqueires no local conhecido por Varjão, no Bairro das Olarias, vizinha a dos seus parentes Armani. Ali, ele constróiuma casa para morar e, reativando uma pequena olaria que existia no local, dá início à sua olaria (mais tarde Cerâmica Martini).

1914 – Acometida de uma doença incurável, falece aos 17 anos Angelina, sua primeira filha, enlutando os clãs Armani e Martini.

1922 – nesse ano, Adolpho compra de Vitório Marchetti uma propriedade de 18 alqueires, na margem esquerda do rio, perto da ponte da rodoviária, no Bairro do Areião, com uma boa casa e uma precária olaria que ele amplia e moderniza. Aí reside com a família até 1934. Essa propriedade, que naquela época ia até a hoje Av. Padre Jaime terminando na ponte da Av. Brasil. Parte dela, no local onde hoje funciona a “Escola Interativa”, ainda pertence a seus netos Luiz, Antônio e José Fantinato.

1925 – vende para seu primo e cunhado Silvio Martini a propriedade da rua 13 de maio.

1922 a 1928 – a olaria de Adolpho, no Bairro do Areião, assim como a dos Brunelli, a dos seus irmãos Armani e a do primo e cunhado Luiz Martini, todas no Bairro das Olarias entram no auge de sua produção, confirmando Mogi Guaçu como um dos maiores centros produtores de telhas, tijolos e também da “telha francesa”, que tinha sido lançada no comércio em 1921. Foi uma época de crescimento e prosperidade inserida num momento histórico favorável, onde a economia mundial se encontrava aquecida e o Brasil, grande exportador de café, beneficiava-se disso, assim como Mogi Guaçu, onde se encontravam grandes fazendas cafeeiras que movimentavam o comércio local.

1929 a 1932 – Em fevereiro, uma grande enchente causa sérios prejuízos às olarias e outros estabelecimentos industriais, afetando enormemente o comércio da cidade. A olaria de Adolpho, na margem esquerda do rio, mais baixa, onde a vazão da correnteza das águas era muito mais forte, ficou devastada. Nesse cenário caótico, antes do comércio conseguir se recuperar dos estragos causados pela enchente, acontece a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, causando a queda do preço do café e, consequentemente, uma quebradeira geral, já que o esteio da economia nacional foi duramente atingido. Em seguida, irrompe a Revolução de 1930, que desestabiliza ainda mais a situação do país, e para completar, em 1932, vem a Revolução Constitucionalista.

1934 a 1939 – não conseguindo superar a difícil situação financeira, Adolpho transfere sua propriedade para seu genro Basílio Fantinato e muda-se para Bauru em fevereiro de 1934, onde monta um depósito de Material de Construção, em nome de seus filhos Olynto e Sérgio. Essa firma foi encerrada em 1939, quando a família retorna a Mogi Guaçu para a casa da filha Leonor Fantinato, onde falece pouco depois, em 08/06/1939, aos 68 anos, na casa onde residia até 1934.

O casal Francesco Armani e Angela Sartori, com os 8 filhos que vieram da Itália, deram origem ao clã Armani – Guaçuano que há mais de um século continua crescendo através dos descendentes dos casais que aqui se formaram:
Giovana que casou-se com Ludovico Barbieri
Domingos com Emília Caveanha
Nestor com Maria Lombelo
Cândida com Miguel Lombelo
Caterina com Emílio Pedrini
Maria Ângela com Sebastião Bessi
Giuseppe (Beppo) com Conceição Rodrigues (Cota).

Quase todos tiveram tantos filhos quanto seus pais ou mais.
Adolpho, que casou-se com a prima Ancila Martini, teve 9 filhos que formaram 5 casais:
Leonor casou-se com Basílio Fantinato
Mathilde com Ricardo Artigiani
Júlio César com Oliva Simi
Olynto com Antonieta Lanzi
Sérgio com Neusa Monte.

Angelina faleceu jovem e Julieta, Maria e Nirce não se casaram.

De seus 18 netos – 13 chegaram à maioridade:
Luiz, Antônio e José Fantinato
Alice, Norma, Ondina, Dino José e Maria Ancila Artigiani
Eda e Luiz Simi Armani
José Roberto, Marcos Antonio e Luiz Carlos Lanzi Armani
(que constituíram família dando continuidade à descendência).

O último filho do casal Adolpho/Ancila, Sérgio, reside em Bauru, está viúvo, com 86 anos, saudável, lúcido e cooperou com este relato.

Compilado de :

-Resenha da “Família Martini” (Sílvio Martini) – autor: Luiz Gonzaga Martini

-Relato verbal de Sérgio Armani – filho

Por Maria Ancila Artigiani – neta.
 

LIVRO QUE RESGATA A HISTÓRIA DA FAMÍLIA MARTINI

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