BEM-VINDO A ESTA PÁGINA
DEDICADA À CIDADE DE
RIO NOVO - MG
E À FUNDAÇÃO CULTURAL
FRANCISCO DE PAULA LEOPOLDINO ARAÚJO
 
 

VISTA DA PRAÇA DE RIO NOVO
 
 
 
 
 

A PRAÇA VISTA DO CRISTO

Rio Novo, permitam-me falar de forma carinhosa, é uma cidadezinha encantadora a que se chega partindo de Juiz de Fora e seguindo por uma estrada que é quase continuação da famosa Avenida Barão do Rio Branco.

Não fiz a contagem dos quilômetros, que deve beirar os 50, mas nesse pitoresco trajeto passa-se por Ribeirão de Santo Antônio, Coronel Pacheco e Goianá, que foi elevada a Município há pouco tempo, desmembrado seu território da própria Rio Novo.

No começo do século a ligação com Juiz de Fora se fazia também por um ramal de ferrovia, desativado há quase quatro décadas infelizmente.
 

Da velha estação sobrou apenas esta construção abaixo.
,ANTIGA ESTAÇÃO DE TREM
 
 

Antes de pisar em seu solo e conhecer pessoalmente sua gente cordial e acolhedora, Rio Novo entrou em minha vida quando, depois de incansáveis pesquisas, descobri que havia sido lá, há mais de cem anos, a primeira morada de meus bisavós imigrantes.
De pronto estabeleci com essa terra uma ligação sentimental inexplicável. E como última etapa do repercurso do caminho trilhado por meus bisinhas, fui me apresentar a esse pedacinho tão bonito do Estado mineiro.
Era uma manhã tímida e meio fria de um sábado tipicamente junino, mas me senti no aconchego de casa percorrendo a praça, as ruas, as duas igrejas, o Cartório de Registro Civil, o cemitério, o Cristo no alto de um dos morros e a recém criada sede da Fundação Cultural.

Conheci pessoalmente Maria Fernanda Cândido Aragão, a jovem Oficial do Cartório de Registro Civil que tanto me auxiliara na busca da confirmação de que meus bisas lá moraram.
E tive também o imenso prazer de conhecer  Dr. Brenildo Ayres do Carmo e seu primo, Geraldo Pontes de Araújo.

Bisnetos ambos de Francisco de Paula Leopoldino Araújo, em sua homenagem idealizaram a "FUNDAÇÃO CULTURAL FRANCISCO DE PAULA LEOPOLDINO ARAÚJO", instalada desde maio de 1999 nesse belo casarão abaixo, que estava sendo cuidadosamente restaurado, mas que já abrigava um farto material histórico sobre a cidade e o homenageado.
 
 
 

CASARÃO SEDE DO INSTITUTO CULTURAL
 

SOBRE A SEDE DA FUNDAÇÃO

Rua Governador Valadares, 201 - Rio Novo - MG

"Em 07 de julho de 1876, a casa foi comprada pelo Dr. Antônio Jacob da Paixão. Em 1892, o Cel. Francisco de Paula Leopoldino de Araújo adquiriu o imóvel do Dr. Jacob, nele residindo com a família até seu falecimento em 1908. Por herança, foi transmitido ao filho, Cel. Christiano de Paula Araújo, que em 26 de fevereiro de 1944 vendeu o imóvel ao Dr. Aristóteles Câmara Leal Jacob da Paixão (filho do Dr. Jacob). Em 05 de janeiro deste ano de 1999, Geraldo Pontes de Araújo (bisneto do Cel. Leopoldino) comprou a casa dos sucessores do Dr. Aristóteles (Dr. Tote Paixão), para a instalação e funcionamento da Fundação Cultural."
 

INSTITUIDORES DA FUNDAÇÃO CULTURAL
 
 
 

SÍNTESE BIOGRÁFICA DO PATRONO DA FUNDAÇÃO CULTURAL FRANCISCO DE PAULA LEOPOLDINO ARAÚJO - CHICO BOTICÁRIO


 
BARBACENA
Nasceu em 26 de agosto de 1830, em Barbacena, onde residiam seus pais Francisco de Paula Camilo Araújo e Ana Esmênia Campos Araújo. Seus antepassados, atuantes no desenvolvimento social e econômico daquele município, participaram dos principais acontecimentos históricos na luta pela independência do Brasil. Os "autos da devassa" (1789-1792) mencionam nomes de alguns de seus ascendentes como implicados, embora absolvidos, nas tramas da Inconfidência Mineira.
Na Independência do Brasil, a história registra a importância das cartas remetidas pela Câmara de Barbacena ao Imperador, datadas de 11 de fevereiro, 28 de maio e 22 de setembro de 1822, assinadas por Joaquim Rodrigues de Araújo e Oliveira, Faustino Cândido de Araújo e Cândido Pluciano de Araújo, avô e tios de Francisco Leopoldino de Araújo. Vinte anos depois, estes mesmos antepassados aliados a seu pai, Francisco de Paula Camilo Araújo, atuaram na famosa Revolução Liberal de 1842, em Barbacena.

RIO NOVO
Após concluir o curso de farmácia, Francisco Leopoldino transferiu-se para Rio Novo e em 12 de junho de 1859 casou-se com Maria Augusta Vieira de Araújo (pág. 17v., Livro 01, 1850 - Reg. de Casamentos - Paróquia de Rio Novo), descendente de antigos moradores e pioneiros do município.
Adquiriu a Fazenda do Ribeirão, tornando-se próspero produtor de café. Em razão de sua eficiência no atendimento ao povo e sempre zeloso na manipulação dos remédios, recebeu o carinhoso apelido de "Chico Boticário".

POLÍTICA - Sua cultura e dedicação à causa pública levaram-no a exercer diversas funções na administração local, prestando relevantes serviços ao município, ainda nos tempos do Império. A República veio a encontrá-lo como Coronel da Guarda Nacional, exercendo desde 1882 as funções de Presidente da Câmara e Agente Executivo, cargo que ocupou até 08 de fevereiro de 1890, quando transferiu a administração à Intendência Municipal, presidida pelo Dr. Antônio Jacob da Paixão.

CIENTISTA E BOTÂNICO - Notabilizou-se como cientista e estudioso da flora mineira, especialmente desta região da Zona da Mata. Seu nome consta nos arquivos do Museu Nacional, Biblioteca do Jardim Botânico e Escola de Farmácia de Ouro Preto, como notável colaborador face aos inúmeros exemplares de plantas coletadas, catalogadas e remetidas àquelas instituições. Na realidade, sua contribuição ao estudo da botânica brasileira acha-se também em revistas editadas em outros países, como na Alemanha em 1892 - Beiblatt zu den Botanischen Jahrbüchern Nr. 30, fls. 3 - onde consta a planta Mezia Araujei, cientificamente catalogada, portanto, em seu nome. Outros exemplares também receberam seu nome: Virola Araujovii, Nectandra Araujovii e Tillandsia Araujei, conforme consta da revista Plantas Novas Mineira, de W. Schwacke, fascículos I e II, editadas em 1900.

ESCRITOR - Escreveu vários artigos hoje arquivados no Arquivo Público Mineiro. Com o título "Notícia Histórica", consta na Revista do APM, ano VIII, fls. 1063, importante artigo de sua autoria narrando entrevistas com Dr. Pedro Victor Renaut sobre as viagens deste notável colonizador aos sertões do Mucuhy em 1836. (Este ilustre pesquisador era casado com Antonia de Araújo, sobrinha do Chico Boticário). Escreveu e editou o livro "A Cultura do Café e a Falta de Braços na Lavoura", publicado no Rio de Janeiro em 1879.

MAÇONARIA - Fez parte da Loja Maçônica "União e Crença" que existiu em Rio Novo, de 1873 a 1883 (foi iniciado em 1874) e um dos principais líderes na fundação da atual Loja Maçônica Culto ao Dever, criada em 22 de maio de 1898, contando na primeira reunião com a participação do filho Olympio Araújo, 1º secretário da Loja cuja denominação foi de sua inspiração. Na Maçonaria, atingiu o grau máximo em 24 de janeiro de 1898 e recebeu o título de Membro Honorário da Assembléia Geral do Grande Oriente do Brasil na data de 23 de janeiro de 1900, cuja patente lhe foi entregue pelo Grão Mestre Quintino Bocayuva.

FAMÍLIA - Francisco de Paula Leopoldino Araújo e sua mulher Maria Augusta Vieira de Araújo tiveram os seguintes filhos: CHRISTIANO DE PAULA ARAÚJO, casou-se com Maria Izabel Braga de Araújo (em 05 de setembro de 1896). Tornou-se proprietário da Fazenda Ribeirão, foi atuante na política local e em 1928 fundou o jornal A GAZETA; OLYMPIO RODRIGUES ARAÚJO, poeta, jornalista (fundou vários jornais em Rio Novo, a partir de 1892), escritor, professor e inspetor de ensino, tendo sido membro efetivo da Academia Mineira de Letras. Casou-se em 12 de novembro de 1898 com Palmyra Carolina Barreto Guimarães Araújo;
Os dois filhos sempre residiram em Rio Novo, enquanto as duas filhas casaram-se com os descendentes dos Benedito de Araújo, parentes e residentes na região de Barbacena: JOVITA AUGUSTA DE ARAÚJO, casou-se com José Augusto de Araújo, e OLÍVIA EMÍLIA DE ARAÚJO que se casou com João Henrique Benedito de Araújo. Assim, centenas de descendentes, netos, bisnetos, trinetos e tetranetos residem hoje principalmente em Rio Novo, Barbacena, Alto do Rio Doce, Senhora dos Remédios, Juiz de Fora, Rio de Janeiro e tantas outras cidades do Brasil.

FALECIMENTO - Francisco de Paula Leopoldino de Araújo, o Chico Boticário, faleceu em 29 de abril de 1908, na cidade de Juiz de Fora onde se encontrava internado na Santa Casa daquela cidade.

TRANSCRIÇÃO DO TEXTO  ELABORADO EM SETEMBRO/1999 E REPRODUZIDO EM UM "FOLDER"  QUE A FUNDAÇÃO OFERECE AOS VISITANTES


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junho/2000

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