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BEM-VINDOS TODOS A ESTA PÁGINA!

MENSAGEM
AOS QUE PESQUISAM COM CARINHO
 
 

Capa do livro Café Amargo
HAVE PRIDE IN HUMBLE ANCESTRY

It is the humble people I seek,
The salt of the earth so to speak,
The ones that cleared the land,
And sowed the grain with bare hand.

They are the ones I like to meet,
When traveling the genealogy street,
It's for pride in them I play the game
To preserve for posterity their name.

Those who pursue it in hopes of glory,
Of finding heros and royal story,
In disappointment must not frown,
When learning their ancestor is wearing
A margarine crown.
 
 

TENHA ORGULHO DE SEUS HUMILDES ANTEPASSADOS

São as pessoas humildes que eu procuro,
O sal da Terra, por assim dizer,
Aqueles que domaram o solo bruto,
E fizeram nele as sementes florescer.

São estes que eu gosto de encontrar,
Quando mergulhada na estrada da genealogia.
E é apenas por orgulho que me deixo levar,
Refazendo seus passos para assim os imortalizar.

Aqueles que buscam o passado com sonhos de glória,
De encontrar heróis e ducados em cada história,
Não devem jamais se desapontar
Ainda que descobrirem que os humildes bisinhas
Tinham somente as estrelas para contemplar.

G. McCoy
Source: The Sunny Side of Genealogy,
compiled by Fonda D. Baselt,
Genealogical Publishing Co., Baltimore, 1988, p.10
(tradução livre e não autorizada: Lea Beraldo)
Não copie sem citar estas fontes




 
O objetivo desta mensagem é lembrar a você, amigo/a internauta, que nossos ancestrais imigrantes italianos eram, em sua imensa maioria, pobres e humildes, embora extremamente corajosos.
 

A Itália inteira enfrentava um alongado período de crises quando, em meados de 1800, o triste episódio da emigração se iniciou. E a História nos mostra que os imigrantes procedentes da região do Vêneto sofriam toda sorte de privações, inclusive quanto à alimentação, cuja "pièce de résistence" era o milho, razão da pelagra já endêmica.
 

Ao buscarmos as raízes italianas mais próximas, por certo não vamos encontrar nobreza titulada com direito a brasões. Se formos guiados pela sensibilidade, no entanto, certamente encontraremos muita nobreza de alma nessa sofrida gente.
 

Estas observações são, em verdade, fruto de minha experiência ao visitar a longínqua Vigásio, ao entrar na antiga "fattoria" onde moraram os meus, ao contemplar a velha estação de trem de onde partiram para chegar a Gênova, e de lá embarcar para o Brasil.
 

Nessa estação de Verona mais de uma vez cheguei às lágrimas ao reconstituir em minha imaginação a cena da partida: Vittorio e Albina com os quatro filhos, meu avô ainda bebê, aguardando a chegada do trem e dando o último adeus àquela imponente Verona, à qual não mais tornariam. Era aquela a terra que vira o desenrolar das vidinhas dos ancestrais de ambos por mais de trezentos anos. Era lá que estavam e ficariam todos sepultados.  Quem já visitou os cemitérios italianos sabe do respeito e da veneração que o povo tributa aos entes que se foram. Daí a dor dobrada da partida.
 

Em seguida viria o afobamento do embarque, a acomodação das crianças e das tralhas no vagão lotado, o apito do chefe e a marcha do trem rumo a oeste, na direção do poente, passando por um infindável ror de estações até a chegada a Gênova.
 

Perdi-me em lamentos ao visualizar em minha mente todos aqueles detalhes. E corroeu-me a alma lembrar daquele casal de bisas, tão pobres e ao mesmo tempo tão galhardos na coragem e na esperança. Meu único conforto foi imaginar que minha presença naquela mesma tosca plataforma, naqueles mesmos lugares e caminhos,  era uma espécie de resgate, era a própria volta deles na minha pessoa, a bisneta teimosa que removeu céus e terras para refazer-lhes os passos, movida pelo só sentimento de puro carinho.
 

Não os conheci em vida. Morreram antes de meu nascimento. Tive, porém, o privilégio de ganhar de meu avô Mario o relógio de bolso que Vittorio trouxe da Itália, e cujos ponteiros marcaram aquele tempo amargo da partida lá na distante estação de trem de Verona.
 

Esse Roskopf não foi, com certeza, o único bem que herdei de meus adoráveis bisinhas. Há outros mais preciosos que carrego comigo e que não me poderão ser roubados. Entre eles está esse amor incontido que devoto aos humildes e puros de coração.
 
 

"GRAZIE TANTI" , VITTORIO E ALBINA! E "A PRESTO"!


 


MARIO GAIARDONI
(meu avô)
 


ELZA GALHARDONI
(minha mãe)
 


LEA
(autora desta página)


A música: Prelúdio n.3 - Edmundo Villane Côrtez
Execução ao piano: Luís Fernando Silveira Beraldo (meu filho)


Escreva-me/Write to me

Lea Silveira Beraldo
São Paulo - SP - Brasil
1999
(atualizada em 01/01/2002)